quinta-feira, 30 de abril de 2009

PPS Mau Caráter


BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tentou tranquilizar o pequeno poupador em relação aos estudos do governo para mudar a rentabilidade da caderneta de poupança. Ele garantiu que ninguém será pego de surpresa e criticou a campanha publicitária do PPS que insinua que haverá um novo confisco da poupança como ocorreu no governo Collor.

Bernardo qualificou de "mau caráter" a propaganda exibida na televisão. "Nós não estamos fazendo nada escondido. Ninguém está querendo mexer na poupança como disse aquela propaganda mau-caráter que teve esses dias na TV. Queremos que a poupança continue sendo o principal instrumento de proteção dos recursos das famílias. Qualquer adequação será feita de forma transparente", afirmou Paulo Bernardo.

O governo teme que o rendimento da poupança acabe por atrair grandes investidores. "Não queremos que apareça aqui uma pessoa como o George Soros, e ele mesmo já falou que é um especulador, e vai querer depositar US$ 15 bilhões na poupança e ter a mesma garantia do seu Antonio, da dona Maria", disse. "Não podemos é cair naquela discussão da propaganda mau caráter que passou outro dia na televisão, dizendo que nós vamos mexer na poupança, para alarmar as pessoas."

Ele refere-se às inserções do PPS, nas quais o deputado Raul Jungmann (PE) aparece dizendo que Lula quer mexer na poupança, a exemplo do que fez o ex-presidente Fernando Collor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reagiu à afirmação do PPS. Sem citar a legenda de oposição, o Presidente afirmou, após a cerimônia no canteiro de obras da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), na zona oeste do Rio de Janeiro, que "um partido político teve uma atitude insana, mentirosa e de irresponsabilidade total ao dizer que o governo ia mexer na poupança".

O Presidente não entrou em detalhes sobre eventuais mudanças no regulamento das cadernetas, mas afirmou que o assunto será discutido pela equipe econômica do governo "no momento que tiver de ser discutido". Ele disse que o povo brasileiro o conhece e sabe que ele "jamais iria tomar qualquer medida que pudesse prejudicar as pessoas que investem em poupança". Para o Presidente, esse tipo de aplicação "não é nem investimento", apenas uma garantia da não-desvalorização do dinheiro.

Indagado sobre a necessidade de uma adequação, já que a queda da taxa básica de juros, a Selic, tornou os investimentos em poupança mais atraentes do que as aplicações em alguns fundos de investimentos, o Presidente respondeu: "Deus queira que o único problema do Brasil seja o de que os juros caiam para todo mundo". Ele ainda defendeu investimentos voltados ao financiamento de setores produtivos da economia.

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