quarta-feira, 15 de abril de 2009

O LADO PERVERSO DA GLOBALIZAÇÃO




Depois da queda do muro de Berlim, os entusiastas do capitalismo previram o triunfo definitivo da sociedade de mercado. Os neoliberais, apoiados pela tecnologia, ficaram bastante otimistas em relação ao futuro, inebriados pelos avanços da biogenética, da informática e de tantas inovações técnicas em diversos setrores da vida humana.

No entanto, é preciso avaliar os acontecimentos com mais cautela. Afinal, não podemos nos esquecer de que começamos o século 20 assim: em plena belle époque, eufóricos com as promessas de bem-estar geral trazidas pelo progresso. E todos viram no que deu tanto excesso de autoconfiança - no maior morticínio da história: as duas grandes guerras mundiais.

Depois do horror das guerras, dos campos de concentração e os pesadelos totalitários, parece que caminhamos para uma era de plena liberdade, fim de preconceitos, valorização dos direitos humanos, etc. Será que é isso mesmo?!...

Quantas pessoas, estão agora nesse ano, com fome?! quantas crianças estão morrendo por falta de alimento?! Na capa da "Folha de S. Paulo" (11/08/98) foi publicada uma foto de uma criança sudanesa, estendida no chão, morta pela fome. Quantas outras já morreram, independente da sua nacionalidade?

Essa breve reflexão nos mostra que estamos muito longe do mundo mil maravilhas prometido pela globalização. Estamos correndo o risco de sermos vítimas de um totalitarismo pior que as ditaduras do século 20.
Mil vezes pior que as obsessões do Estado centralizador, que censura e priva os indivíduos da liberdade, porque as sutilezas do mercado são tão sofisticadas, que ele vai estendendo seu "controle" (e também censura) sobre todas as consciências, sem que ninguém perceba o novo tipo de opressão.

A globalização não consegue esconder sua face perversa: os desequilíbrios sociais e ambientais que afetam a humanidade como um todo. Uma análise atenta dos dias que estamos vivendo permite concluir que grande parte da instabilidade atual decorre da visão distorcida da realidade. Na verdade, afragilidade do sistema financeiro mundial resulta de uma cultura da especulação, montada a partir da ideologia do mercado, que só pensa no lucro fácil e se utiliza de todas as táticas para imperar sobre tudo e todos.

Toda a proposta humanizadora, onde ocorra a distribuição de renda; onde exita garantias mínimas de sustentabilidade e desenvolvimento da educação, são formas de estender a justiça social e garantir o bem-estar para o ser humano.

O que não podemos aceitar é a lógica do capitalismo selvagem, onde com a ajuda da mídia, ocorrem lances irracionais no mercado, capazes de tornar mais confuso o cenário nacional e internacional.

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