quarta-feira, 15 de abril de 2009
IGP-DI Registra a Taxa Mais Baixa Desde Setembro de 1995
A deflação do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) superou a previsão do mercado em março, devido a uma acentuada queda nos custos no atacado. O movimento somado à expectativa de forte desaceleração econômica levam o mercado a um consenso de que este ano será de inflação sob controle. A queda no mês foi de 0,84% em março, ante declínio de 0,13% em fevereiro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta terça-feira.
Analistas consultados pela agência inglesa de notícias econômicas Thomson-Reuters previam uma queda de 0,60%, com os prognósticos oscilando de baixa de 0,37% a 0,70%.
"Não há mais dúvidas: a desaceleração brusca da atividade econômica surte efeitos devastadores sobre os preços no atacado... Se em tempos de vento favorável os preços tendem a se elevar, nada mais natural que o oposto seja observado quando o barco da economia não vislumbra nada além de marolinhas no horizonte", afirmou a Rosenberg & Associados em relatório.
Muitos economistas esperavam a volta do IGP-DI para o positivo no curto prazo, mas a LCA Consultores ressaltou que essa foi a taxa mas baixa desde setembro de 1995 e que o resultado de março pode levar a uma revisão para baixo nas previsões de abril.
Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços por Atacado (IPA) teve declínio de 1,46% em março, ante queda de 0,31% em fevereiro.
O IPA industrial recuou 2,37%, ante baixa de 0,36% no mês anterior. O IPA agrícola caiu 1,16%, contra queda anterior de 0,29%.
Entre os itens individuais, as maiores baixas no atacado vieram de soja em grão, etileno, aço semi-acabado ao carbono, bovinos e milho em grão.
"Enquanto no primeiro mês do ano se vislumbrava uma recuperação dos preços agrícolas no atacado, decorrente da alta de commodities internacionalmente, o comportamento do IPA agrícola nos dois meses seguintes refutou esta hipótese", afirmou a Rosenberg & Associados.
Segundo a consultoria, pecuária está entre os destaques de baixa devido a um aumento de oferta interna em meio à diminuição das exportações.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), na outra ponta, acelerou o ritmo de alta, para 0,61%, depois de avançar 0,21% no mês anterior.
As maiores pressões individuais no varejo foram de mamão papaia, manga, empregada doméstica mensalista, aluguel residencial e cenoura.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também caiu, em 0,25% em março, seguindo o avanço de 0,27% em fevereiro. No primeiro trimestre, o IGP-DI acumulou queda de 0,95%.
Fonte: Jornal Correio do Brasil
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