Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, publicada em 2008 pelo instituto Pró-Livro, a média anual de leitura do brasileiro é de 4,7 livros por ano. Na Região Sul, a média é maior do que a nacional, com 5,5 livros. O Norte tem o menor índice, com 3,9 livros por habitante. Entre os que têm 3º grau completo, o número é de 8,3 livros, enquanto para quem cursou até a 4ª série, a média é de 3,7.
Não parece um número muito bom, sobretudo quando comparamos com a média de 11 livros anuais dos franceses. De fato não é um número bom, mas, existem alguns estigmas sobre o tema, e não é tão fácil dissipá-los.
Estava procurando alguns números, e vi os resultados de uma pesquisa de publicada em 2007 (realizada pela Associated Press com Ipsos), sobre os hábitos de leitura dos americanos, e os dados não eram dos melhores. Consta que um em cada quatro americanos não leu nem um livro sequer em 2006. Em números brutos, um percentual de 27% da população não lê - preferindo outros meios para obter informação e conhecimento, como TV e Internet.
Em números absolutos, comparando a França e os EUA, a diferença é grande. Na França, a média obtida por esta pesquisa é de 11 livros por ano, e os EUA, uma média de 4 títulos.
Como vemos, não estamos tão longe dos EUA. Por outro lado, em relação à França, existe ainda um abismo. Curiosamente, existe um dado que mostra que possivelmente a França não é o paraíso da leitura, como se costuma pensar. Em verdade, seriam os “grandes leitores” os responsáveis por elevar essa média.
Seja como for, mesmo não se atendo aos números, tudo leva a crer que nossos índices de leituras não são bons, e talvez seja um equívoco tomar os EUA como parâmetro.
Políticas públicas de difusão de livros e incentivo à leitura, certamente poderiam ajudar a melhorar nossos índices. Existe uma série delas, mas sempre parece pouco.
Aqui em Recife, ano passado, lembro que a Prefeitura do Recife promoveu uma rodada deoficinas de literatura nas escolas públicas, ministrada pelo escritor premiado (prêmio Jabuti, entre outros) Raimundo Carrero.
Carrero é uma figura que aprecio muito. Mesmo nunca tendo assistido suas oficinas, tenho certeza que conseguiu cativar alguns leitores a mais em nossa cidade. Pelo que sei, suas oficinas primam mais pelo aspecto criativo, e para a prática da escrita. Mas, acredito que dificilmente se desperta o gosto pela escrita, sem que se obtenha ganhos na prática da leitura.
Outro aspecto curioso é que, por mais que se diga que o livro é caro no Brasil (e, de fato, o é), o mercado editorial de livros de bolso (que são mais baratos, entre 8 e 15 Reais o exemplar) tem crescido bastante, e com bons títulos clássicos e famosos muito interessantes - como Shakespeare, Platão, Goethe, Júlio Verne e Moacyr Scliar (para citar autores para diversos públicos e gostos).
De toda forma, incentivar a prática de leitura e a difusão de livros deve ser sempre um compromisso do Poder Público.
Gasta-se muito com outras coisas (o Senado, a Câmara Federal e as Câmaras Municipais têm-se mostrado dois poços sem fundo de desperdicio de dinheiro público, sem falar no Judiciário, que parece consumir muito, para poucos resultados práticos), em detrimento da Educação.
Fonte: Acerto de Contas
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