Segundo estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional), em 2012, os Estados Unidos cresceram 2,2%, e o Japão, 2%. A Alemanha, maior economia da zona do euro, teve o mesmo resultado que o Brasil (0,9%). Já Grã-Bretanha (-0,2%), França (0,2%), Itália (-2,1%) e Espanha (-1,4%), entre outras nações europeias, tiveram resultados ainda piores que o brasileiro, segundo o FMI.
Além de ficar atrás do crescimento médio das 35 economias que o FMI considera avançadas, de 1,3%, a expansão da economia brasileira foi em 2012. Porém, Ficou, ainda, abaixo do resultado de todos os outros países dos Brics – Rússia (3,6%), China (7,8%), Índia (4,5%) e África do Sul (4,5%).
O setor que teve melhor desempenho no ano foi o de serviços, que cresceu 1,7%. Já a agropecuária (-2,3%) e a indústria (-0,8%) registraram queda.
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 3,1%, favorecido pela elevação de 6,7% da massa salarial dos trabalhadores. A despesa com a administração pública aumentou 3,2%.
A taxa de investimentos, porém, teve queda de 4% no ano, puxada pelo recuo na produção de máquinas e equipamentos.
Segundo Simão Davi Silber, professor de economia da USP, o menor crescimento do Brasil em 2012 em relação ao de algumas economias no centro da crise revela, além de uma recuperação gradual nesses países, “o esgotamento do ciclo de crescimento por incorporação de mão de obra” no país.
“Ao longo dos últimos anos, nossa taxa de desemprego se reduziu drasticamente por causa do setor de serviços”, diz ele à BBC Brasil. “Esse processo está completo, senão muito avançado”.
Agora, diz ele, o crescimento brasileiro dependerá basicamente de investimentos em tecnologia e infraestrutura, para aumentar a eficiência da produção nacional.
Projeções para 2013
O baixo índice de crescimento do Brasil em 2012 já era esperado pela maioria de economistas. Para 2013, porém, espera-se uma melhora expressiva.O FMI, por exemplo, projeta crescimento de 3,5% para o país neste ano, o mesmo que a média mundial.
Para Raphael Martello, economista da Consultoria Tendências, a expansão da atividade econômica no último trimestre de 2012 já sinaliza ventos melhores para este ano. Segundo ele, a indústria, cujo desempenho ruim tem travado um crescimento maior do país, vem mostrando sinais de recuperação.
“Mas ainda há incertezas sobre a magnitude dessa expansão para o resto do ano”, afirma Martello. Ele espera que em 2013 o país cresça 3,2% -- previsão que, contudo, pode ser revista para baixo se não houver melhora gradual na indústria e no nível de investimentos.
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