sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CRITICAR É FÁCIL, DIFÍCIL É FAZER MELHOR


Não se Faça de Surdo, Você Pode Até não Quer Ouvir, Mas é Verdade!
Por: Nazário*

Tenho visto uma meia dúzia de artigos, principalmente aqueles elaborados pela oposição, contendo críticas ao Presidente Lula. Uma minoria de autores, pelo menos os desequilibrados, busca manter suas análises num campo particular, hipotético. Alguns deslizam para o lado da grosseria e até da falta de respeito com a figura do Presidente. E olha que eles são notáveis em criar pretextos para serem explorados. Até o uso da língua nacional, freqüentes nos discursos improvisados do presidente é objeto de crítica por esse tipo de autor. Esse comportamento revela uma tendência dos jornais contemporâneos: cada vez mais, eles renunciam à força dos editoriais para manifestarem suas opiniões, para exercerem a crítica.

Em relação ao Governo Lula, há pessoas que aprovam, outras que condenam e, ainda, outras que avaliam cada ação governamental, concordando com umas e discordando de outras. Isso é normal e acontece em todos os países democráticos do mundo. Quem vive em um país democrático, onde existem eleições diretas e o Governo emana pelo voto do povo, tem obrigação de saber e conviver com isso.

No entanto, fico assombrado quando vejo determinadas pessoas e até grupos na mídia afirmando que o Presidente Lula, através do Programa Bolsa Família, procura cativar sujeitos imbecis e ignorantes. Esses desequilibrados, muitas vezes já garantiram dever e não cumpriram, perante a parcela necessitada da sociedade brasileira. Logo eles que, repetidas vezes, principalmente em época de campanha tem declarado: “o que interessa ao país é levar benefícios para os que mais precisam”. Porém, essa mesma turma que se apresenta a favor do Brasil, são os mesmos que já proporcionaram inúmeros “Bolos” ao povo brasileiro. Entre as inúmeras desgraças proporcionadas pelo desgoverno anterior, me apego a relembrar apenas algumas. Entre elas:

® As febres das privatizações, que não levou em conta a opinião pública e o pior, rifaram a Embraer, Telebrás, Vale do Rio Doce e outras estatais a preços incrivelmente baixos.

® A farra do Proer, em novembro de 1995, o ex-presidente FHC assinou uma medida provisória instituindo o Proer, um programa de salvação dos bancos privados. O abastecimento dos cofres privados, começou pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. A salvação dos bancos engoliu 3% do PIB. Os bancos Marka e FonteCindam foram graciosamente socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão, sob o pretexto de que sua quebra criaria um "risco sistêmico" para a economia.

® Explosão da dívida pública. Quando Cardoso assumiu a presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa era de R$ 153,4 bilhões. Em abril de 2002, essa dívida já era de R$ 684,6 bilhões.

® Acidentes na Petrobras, por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras
protagonizou uma série de acidentes ambientais no desgoverno FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores.


® Racionamento de energia, imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz.


® Renda em queda e desemprego em alta, para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.

® Antes dos 50 anos é vagabundo. O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, na data de 11 de maio de 1998, que "pessoas que se aposentam com menos de 50 anos são vagabundos, que se locupletam de um país de pobres e miseráveis".

® Reforma da Previdência, em 1996 a Previdência Brasileira vivia uma crise de financiamento, o déficit era de R$ 1,1bilhão. Em 8 de outubro de 1997, o Senado aprovou a mudança na aposentadoria. Os homens passaram a ter que contribuir 35 anos de contribuição e 60 anos de idade e, para as mulheres, ficou sendo 30 anos de contribuição e 55 de idade.


Como observado acima, fatos registrados na história não faltam para desmascarar essa turma, que tanto tempo esteve no poder e só de pior o fez. E o que é pior, eles pregão todo o tipo de mentira, usam as mais variadas artimanhas políticas, para desmoralizar e incumbir ruínas às obras do governo atual. Assim, tentam esconder a “herança maldita” deixada em nossas mãos. A maioria dos críticos do Presidente Lula, não admite esses fatos e tão pouco, que um da Silva tenha chego ao mais alto grau poder da nação.

Talvez eles louvem a democracia no discurso, mas na atuação do cotidiano político, o que se revela é um totalitarismo capitalista selvagem; que beneficia apenas os ricos e exclui os pobres. Quem sabe não está enraizada nessa turma a origem de tanto empenho para desvalorizar o programa de desenvolvimento social e combate a fome, que atende a 12 milhões de famílias e, esse mês está transferindo mais de 1 bilhão de Reais. O Programa Bolsa Família, na verdade, tem muito que ser valorizado. Quem é que tem coragem de contestar o dever do estado de amparar a parcela da população que passa fome. O que me parece incorreto, aos olhos dos críticos, é a falta de uma contrapartida dessa elite de sangue azul, que cria castelos e não preveja uma saída eficaz e ampla para o contingente populacional pobre.

Segundo os dados estatísticos disponíveis, na linha da fome, o trabalho e combate contra essa mazela, mostra que as pessoas não estão desnutridas nem remotamente dos níveis africanos, no entanto, ainda há por volta de 36 milhões de brasileiros vivendo com até R$125,00 por mês, valor que estabelece a linha de pobreza segundo a classificação da FGV. O Programa Bolsa Família, junto com ações do Governo, vem reduzindo a taxa de mortalidade infantil. No ano de 2000, a taxa de mortalidade era de 38,04% para cada 1000 nascidos, em 2008, a taxa de mortalidade ficou em 26,67%,uma redução de 11,37%. Não é o paraíso, mas estamos no caminho certo. Pois, cuidar daquele que mais necessita é garantir o mínimo de sobrevivência.

Um combate mais efetivo certamente seria o de proporcionar um acesso à educação de qualidade. Acontece que esses que criticam o Governo Lula hoje, no passado não muito distante, não investiram efetivamente em educação. A educação é o segundo fator para a desigualdade entre ricos e pobres. Dados apresentados em outubro de 2004, mostram que, muito embora desde a década de 1960 a política do governo federal para o setor tem sido a ampliação de vagas via privatização, a Taxa de Escolarização Bruta na Educação Superior do país ainda é uma das mais baixas da América Latina, embora o grau de privatização seja um dos mais altos do mundo. As propostas apresentadas até o momento pelo MEC norteiam-se pelo princípio de expansão de vagas, sem recursos adicionais, no setor público, e subsídios ao setor privado, em troca de bolsas de estudo. Para democratizar o perfil dos alunos propõem-se quotas, tanto no setor público quanto no privado. Trata-se de medidas paliativas, que não enfrentam a questão central que é a expansão do setor público sem perda de qualidade, o que implica sair do atual 0,8% do PIB gasto com o ensino de graduação para um patamar de cerca de 1,4% do PIB.

Essa é outra questão crucial, que ao ser colocado pela maioria da mídia e opositores do Governo Lula, surge mirabolantes discursos integralmente contra ou sem maior fundamento a respeito das quotas. Para eles o importante não é estudar, adquirir conhecimento, o que importa mesmo é garantir a próxima eleição!

Não quero usar os adjetivos fortes de que se valeu a maioria da oposição durante os ataques ao nosso Presidente, mas temos de convir que, a falsa idéia colocada nas campanhas anteriores, onde dizia que Lula não poderia governar por ser considerado propriamente um político sem instrução, falhou! A chegada do PT ao poder, com Luiz Inácio Lula da Silva durou mais de uma década, seu período de preparação para a Presidência da República é exemplo de persistência, determinação e o mais importante; sua vitória nas urnas na eleição e reeleição comprova que não basta ter um curso superior na mão ou ser culto, é preciso ter condições para não julgar a ignorância alheia.



Fonte: Almanaque Abril 1998, p.144
http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=29&c=br&l=pt
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/
http://www.cedes.unicamp.br
http://www2.uol.com.br/JC/_1998/1205/br1205n.htm



*Denis Nazário Martins é Ceramista e Habilitado como Técnico em Enfermagem

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