quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
S.O.S Haiti
Porto Príncipe, 14 jan (EFE).- A ajuda humanitária prometida de todas as partes do mundo começou hoje a chegar ao Haiti, na tentativa de minimizar as até agora devastadoras consequências do terremoto da última terça-feira e já começar a arquitetar uma reconstrução.
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) constatou a chegada dos primeiros envios de emergência em aviões de França, Venezuela e China. Segundo a ONU, a aterrissagem no aeroporto de Porto Príncipe deve ser feita "no olho" já que a torre de controle segue fora de operação.
O Exército dos Estados Unidos tomou o controle do aeroporto e o preparou para receber durante as 24 horas do dia ajudas que estão a caminho, e se espera a chegada hoje de soldados do Exército e da infantaria de Marinha. Os americanos contam com ajuda da ONU e outras nações nessa tarefa.
A força da ONU instalou um centro logístico próximo ao aeroporto para coordenar os trabalhos até que seja consertada - ainda hoje como se espera - a torre de controle Além da chegada por ar, está chegando a Porto Príncipe por terra a ajuda proveniente da República Dominicana, que divide com o Haiti a ilha de Hispaniola.
Segundo o embaixador dominicano no Haiti, Rubén Silié, o auxílio está sendo enviado pela estrada que cruza a fronteira de Jimaní até Porto Príncipe.
O município dominicano, localizado bem na fronteira, se tornou desde quarta-feira um centro de comando onde são coordenadas as ações de ajuda às vítimas do terremoto.
A ajuda começou a entrar no Haiti na quarta-feira em aviões da França - antiga metrópole - e do Brasil, e hoje está previsto que aterrisse outro com equipamento de campanha.
Três aviões franceses procedentes dos territórios de ultramar aterrissaram em Porto Príncipe com ajuda humanitária e de urgência, e nesta quinta-feira se prevê a chegada de um hospital de campanha em um avião de grande capacidade que parte da França.
Também se espera especialistas em desastres da Colômbia que transportam remédios e mantimentos, e que são acompanhados pelo ministro do Interior e da Justiça, Fabio Valencia.
A União Europeia (UE) enviou ao Haiti especialistas em um avião belga. Hoje está prevista a chegada outros de Bélgica, Luxemburgo, França, Reino Unido e Islândia dedicados à busca e resgate de pessoas.
Também viajaram para o Haiti médicos da Bélgica e da Itália, e está previsto que hoje chegue um avião fretado pela Espanha que partiu do Panamá com 24 toneladas de ajuda humanitária.
À chamada internacional de ajuda urgente para o Haiti se juntaram outros países da América, como México, Canadá, Chile, Equador, Nicarágua e Cuba, assim como de outros continentes, como Japão, Coreia do Sul, Marrocos e Israel.
Vários países e organismos internacionais anunciaram hoje a concessão de ajuda econômica para a reconstrução, entre eles os Estados Unidos (US$ 100 milhões).
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 (Brasília) de terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.
Ontem, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos.
O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.
A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.
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