Por Denis Nazário Martins
Um homem tinha dois filhos, um biológico e o outro adotivo. Esse homem que não possuía mulher, procurava educar seus filhos da mesma forma. O filho biológico seguia os conselhos do pai, enquanto o filho adotivo não.
O tempo foi passando e seus filhos foram crescendo. O filho biológico estudava e trabalhava com o pai. O outro filho, procurando algo melhor, juntou os seus pertences e partiu para uma terra distante.
Tudo corria bem, cada qual prosperava a sua maneira. O filho biológico ampliou os negócios do pai, por sua vez, o filho adotado trabalhava com outras pessoas e ia guardando alguns bens.
Naquela terra distante, um determinado dia, a fome tomou conta do lugar e o filho adotado começou a passar necessidade. Não havendo mais trabalho, perdeu o que tinha adquirido, sentiu de perto a fome.
Procurou pessoas para dividir o trabalho em busca de uma refeição. Descobriu que aquelas pessoas que tinham um pouco de alimento, só aceitavam dividir com aqueles que tinham muito estudo.
Segundo essas pessoas, aquela terra estava passando por uma miséria devido a falta de edução do povo.
O filho adotado vendo que não tinha mais oportunidade naquela terra, caiu em si e disse:
"Quanto estudo é preciso para gerar um trabalho que mate a minha fome?! Vou partir em busca de meu pai e de meu irmão, eles me darão oportunidade para estudar."
O filho adotado voltou à terra natal, para casa de seu pai. Ele estava arrependido, humilhado e com fome. Seu irmão ao reconhecé-lo, veio ao seu encontro. O pai se estivesse vivo, certamente o acolheria. Porém, seu irmão teve atitude contrária e de imediato foi falando:
"Há tantos anos eu servi o nosso pai que agora não está mais entre nós. Nunca desobedeci uma ordem dele e nunca saí da nossa terra. Estudei e aumentei os negócios. Você saíu vida à fora, não conseguiu nada e agora tem coragem de voltar?! Por que você não ficou a onde estava?"
O filho adotado, vendo a postura do irmão falou:
"Nós fomos criados pelo mesmo pai, porém, somos muito diferentes. Eu não quiz estudar e muitas vezes não segui os conselhos do nosso pai. Levei algum tempo para perceber o que eu deixei de ganhar. Mas aprendi na vida que o estudo para uns vale um pão e, para outros é apenas mais um canudo na mão."