Afinal, o que são?
“São gorduras insaturadas que sofrem um processo de hidrogenação das gorduras vegetais (quando os líquidos em temperatura ambiente passam para a forma sólida ou semissólida)”, explica Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
As trans estão presentes nas batatas fritas, nos bolos, nos biscoitos cream cracker e nas bolachas recheadas, no chocolate, nos salgadinhos, no sorvete, na pipoca de micro-ondas, na margarina e em muitos outros alimentos industrializados.
Tudo porque a substância é a responsável por dar mais consistência a esses produtos, melhorando sua textura, deixando-os mais crocantes, e conservando-os por mais tempo.
Os ácidos graxos trans (o nome oficial) não surgiram de repente na alimentação.
Embora em quantidade bastante inferior, sempre estiveram presentes em vegetais como alho-poró, vagem, espinafre, alface e na carne e no leite provenientes de animais ruminantes (como é o caso do boi).
“O processo de hidrogenação acontece de forma natural no rúmen (quando o alimento que está no estômago volta à boca) dos animais”, esclarece Roseli Rossi, nutricionista clínica da Equilíbrio Nutricional.
“Com a fabricação de substitutos para a manteiga e as gorduras animais, e principalmente no processo de hidrogenação de óleos vegetais (em que resultam as margarinas e óleos de soja), a gordura trans tornou-se cada vez mais presente na dieta da população.
O aumento de gorduras trans nos alimentos reflete, consequentemente, altos índices de ingestão. O resultado direto são malefícios à saúde: “Embora seja de origem vegetal, a trans é modificada industrialmente e, graças a esse processo, o corpo humano não consegue absorvê-la. Mas, além de sua inutilidade, ela é responsável por diminuir o colesterol bom (HDL) e aumentar o ruim (LDL). Ou seja, só faz mal”.
Outro efeito negativo, igualmente sério, é que a substância provoca o acúmulo de gorduras nas paredes dos vasos sanguíneos: é a chamada de aterosclerose, uma espécie de fator-chave para a ocorrência de um ataque cardíaco ou de um acidente vascular cerebral (AVC).
As mulheres têm mais uma ameaça em especial: o risco de câncer de mama.
Pesquisa feita pela University of North Carolina at Chapel Hill, nos EUA, com quase 700 voluntárias detectou que aquelas com altos níveis de gorduras trans no sangue tinham 40% mais chances de desenvolver o problema.
A mesma instituição descobriu também que essa gordura pode ser responsável pelo desenvolvimento do câncer de cólon.
As pessoas estudadas que consumiam trans em excesso tinham 86% mais chances de ter a doença em comparação àquelas que ingeriam poucos alimentos industrializados.
A vilã já é proibida em países como Dinamarca e Suíça, que decidiram que seu uso é ilegal.
Nova York e Seattle, nos EUA, também entraram na onda de vetá-la completamente.
No Brasil, com o intuito de controlar a indústria alimentícia, desde 2006 está em vigor uma resolução criada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que obriga as empresas a informar nos rótulos a quantidade de gorduras trans presente nos alimentos. Apesar disso, algumas empresas ainda omitem a presença do ingrediente ou estampam a informação “zero de trans” quando, na verdade, ela está ali. Michely Capobiango, professora do curso de Nutrição da PUC Minas, esclarece que só podem se mostrar como livres da substância aqueles produtos que contêm, no máximo, 0,2 g.
“Quando na embalagem a empresa afirma que o produto está isento da substância, na verdade é apenas em uma porção daquele alimento que não há quantidades significativas (30 g de salgadinho, por exemplo).
Mas, se a pessoa consome o pacote inteiro, pode ingerir índice importante dessa gordura".
Para se proteger, fique atento à tabela nutricional.
“Se o produto aponta 0% de trans, verifique se entre os ingredientes estão gorduras vegetais hidrogenadas, “que possivelmente apresentam teor de trans”.
E, já que ela faz tão mal, por que não proibi-la?
O argumento é que a retirada do ingrediente em um curto prazo levaria as empresas a reutilizarem outra substância tão nociva quanto esta: a gordura feita de banha de porco.
Mas outras fontes podem surgir como alternativa para uma redução significativa de sua ingestão, como as gorduras de palma, algodão e girassol.
Um processo chamado interesterificação química, que reduz a quantidade de ácidos graxos trans formados durante a hidrogenação e já é utilizado para a fabricação de margarinas livres da temida substância, poderia dar cabo do problema.
Enquanto as mudanças na indústria alimentícia não vêm, é importante se policiar.
Prefira os alimentos naturais aos industrializados e, quando consumi-los, leia atentamente as informações do rótulo.
E o mais importante: controle-se para não ultrapassar a recomendação diária, de 2 g.
Ter uma dieta equiliubrada com frutas, legumes e verduras, e diminuir o consumo de produtos industrializados é a melhor maneira de ficar em dia com a saúde.
Fonte: Guia da nutricao
sábado, 18 de julho de 2009
sábado, 4 de julho de 2009
INTERNET AJUDA A FISCALIZAR OS PARLAMENTARES
Após denúncias de nomeações e exonerações no Senado por meio de atos secretos, o G1 preparou um guia com os meios que o eleitor dispõe, pela internet, para fiscalizar os parlamentares.
O guia dá dicas de como pesquisar informações referentes aos senadores e aos deputados. Além disso, há dicas sobre como consultar processos contra parlamentares e ainda como entrar em contato com os gabinetes - confira abaixo.
Na avaliação do professor de ciências políticas do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sérgio Braga, atualmente existem mais ferramentas para fiscalizar os parlamentares do que há dois anos, quando ele realizou uma pesquisa sobre transparência no Legislativo brasileiro.
Naquela época, segundo o professor, o Senado ainda não dispunha de dados sobre pedidos de reembolso feitos pelos senadores, por exemplo.
"O Senado é uma espécie de museu dos dinossauros e funciona mais lentamente do que a Câmara. Melhorou bastante, é inegável, mas ainda falta muita coisa, como fornecer cópias de notas fiscais, por exemplo", diz Sérgio Braga.
O professor destaca ainda que o site da Câmara continua melhor no que diz respeito à transparência.
"(No Senado) tem que dar muitos cliques para chegar. A informação geralmente não é fácil de ser encontrada."
Para ele, a transparência implantada no Legislativo deveria ser aplicada também em outros órgãos do governo federal, como o Banco Central, e o Judiciário. "O antídoto contra a corrupção é a transparência", avalia Braga.
"Mesmo que todas as informações não estejam disponíveis, é importante que a população acompanhe o que os parlamentares fazem. E a internet é uma das principais armas da sociedade", completa o cientista político.
Fonte: G1
O guia dá dicas de como pesquisar informações referentes aos senadores e aos deputados. Além disso, há dicas sobre como consultar processos contra parlamentares e ainda como entrar em contato com os gabinetes - confira abaixo.
Na avaliação do professor de ciências políticas do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sérgio Braga, atualmente existem mais ferramentas para fiscalizar os parlamentares do que há dois anos, quando ele realizou uma pesquisa sobre transparência no Legislativo brasileiro.
Naquela época, segundo o professor, o Senado ainda não dispunha de dados sobre pedidos de reembolso feitos pelos senadores, por exemplo.
"O Senado é uma espécie de museu dos dinossauros e funciona mais lentamente do que a Câmara. Melhorou bastante, é inegável, mas ainda falta muita coisa, como fornecer cópias de notas fiscais, por exemplo", diz Sérgio Braga.
O professor destaca ainda que o site da Câmara continua melhor no que diz respeito à transparência.
"(No Senado) tem que dar muitos cliques para chegar. A informação geralmente não é fácil de ser encontrada."
Para ele, a transparência implantada no Legislativo deveria ser aplicada também em outros órgãos do governo federal, como o Banco Central, e o Judiciário. "O antídoto contra a corrupção é a transparência", avalia Braga.
"Mesmo que todas as informações não estejam disponíveis, é importante que a população acompanhe o que os parlamentares fazem. E a internet é uma das principais armas da sociedade", completa o cientista político.
Fonte: G1
sexta-feira, 3 de julho de 2009
José Sarney PMDB-AP Apresenta Nova Justificativa
Depois de atribuir a um "equívoco" do contador a omissão de uma casa avaliada em R$ 4 milhões de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi obrigado a se retratar pela segunda vez nesta sexta-feira (3). Desta vez, a casa não foi listada na relação patrimonial por "esquecimento", informou a assessoria do senador.
Na primeira nota emitida pela Secretaria de Imprensa do Senado, a justificativa para a ausência do imóvel era a de que, "por equívoco do contador, em 2006 foi apresentada à Justiça Eleitoral a mesma lista de bens de 1998".
A nota de mais cedo dizia que "o imóvel permaneceu em domínio de seu antigo proprietário, motivo pelo qual não foi incluído na declaração de Imposto de Renda de 1998 do senador [Sarney] e, por consequência, não foi informado à Justiça Eleitoral naquele ano".
Confrontados com os dados informados pelo próprio senador nas duas eleições e constatando que as declarações apresentavam diferenças, os assessores de Sarney foram obrigados a retificar a nota. "O erro cometido na declaração de bens do senador José Sarney à Justiça Eleitoral em 2006 não foi a repetição da lista de bens de 1998, mas sim a omissão da casa, por esquecimento, depois de feita a atualização patrimonial", explica o novo texto.
Na nota, Sarney volta a dizer que o imóvel foi informado nas declarações apresentadas à Receita Federal e ao Tribunal de Contas da União.
Reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” desta sexta revela que Sarney supostamente teria ocultado da Justiça Eleitoral uma casa avaliada em R$ 4 milhões na declaração de bens apresentadas nas eleições de 1998 e 2006. A residência, localizada na Península dos Ministros, área nobre do Lago Sul, em Brasília, foi adquirida por Sarney em 1997.
Na primeira nota emitida pela Secretaria de Imprensa do Senado, a justificativa para a ausência do imóvel era a de que, "por equívoco do contador, em 2006 foi apresentada à Justiça Eleitoral a mesma lista de bens de 1998".
A nota de mais cedo dizia que "o imóvel permaneceu em domínio de seu antigo proprietário, motivo pelo qual não foi incluído na declaração de Imposto de Renda de 1998 do senador [Sarney] e, por consequência, não foi informado à Justiça Eleitoral naquele ano".
Confrontados com os dados informados pelo próprio senador nas duas eleições e constatando que as declarações apresentavam diferenças, os assessores de Sarney foram obrigados a retificar a nota. "O erro cometido na declaração de bens do senador José Sarney à Justiça Eleitoral em 2006 não foi a repetição da lista de bens de 1998, mas sim a omissão da casa, por esquecimento, depois de feita a atualização patrimonial", explica o novo texto.
Na nota, Sarney volta a dizer que o imóvel foi informado nas declarações apresentadas à Receita Federal e ao Tribunal de Contas da União.
Reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” desta sexta revela que Sarney supostamente teria ocultado da Justiça Eleitoral uma casa avaliada em R$ 4 milhões na declaração de bens apresentadas nas eleições de 1998 e 2006. A residência, localizada na Península dos Ministros, área nobre do Lago Sul, em Brasília, foi adquirida por Sarney em 1997.
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